Linda é uma garota muito bela. Cabelos negros, ondulados, repicados na altura do ombro; um corpo esbelto da cor de mel do campo e um “jeitinho” de ser digno de uma típica profissional do sexo. Seus 17 anos de idade não cabem dentro de uma vida tão experiente açoitando homens com seus olhares insinuantes.
Quem comprova isso é o Seu Gomes, motorista do 307, que todo dia às quinze para uma da tarde, analisa detalhadamente seus movimentos.
1º. Ela sobe as escadas do ônibus de bumbum empinado para quem quiser.
2º. Demora a tirar o passe da bolsa e fingindo ser uma novata em movimentos conflituosos, esbarra nos que passam.
3º. Procura um lugar estratégico para sentar-se, ou melhor, uma companhia.
Em dias especiais, ela senta em um banco duplo, vazio ao lado da janela, tira seu batom vermelho bordô da bolsa e fica a viajem inteira se admirando no espelho ao passar o cosmético. É a sua tática. Sua jogada quase “sem-querer-querendo”. Uma morena passando batom com lindas pernas de fora.
Mas coitado de quem tentar ir além da imaginação...
Ela é bicho de olhar sedutor que foge com movimentos bruscos.
Ela é flor iluminada de beleza que se encolhe ao toque.
“Há quem goze da santidade para aproveitar momentos convenientes e libertar seus monstros. Outras preferem brincar com a imaginação alheia, mas lá no fundo são as verdadeiras virgens”.
0 comentários:
Postar um comentário